segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Lusitanos, de novo, na Amazônia.

Olás...



Ontem, assistindo a um programa de Televisão, chamou-me à atenção a matéria – já em curso. Primeiro, porque o “sotaque” luso era notório; segundo, porque as imagens que faziam fundo à matéria eram por demais lindas, e logo reconheci aquelas águas: só podiam ser dos rios da Amazônia!; terceiro, aqueles rostinhos simples e felizes,  de pequenos índios, um tanto tímidos diante da câmera; quarto, porque o tema era sobre Pedro Teixeira, e em Manaus temos uma Avenida que leva o nome de Pedro Teixeira. Como sou curiosa, quis logo saber o que fazia aquele grupo de lusitanos em um programa de TV, no Brasil.

Pois bem, é que o escritor Antônio Bacelar Carrelhas também quis refazer a trajetória do viajante português Pedro Teixeira, pelos idos de 1637 e 1639, ocasião em que percorreu o Rio Amazonas, objetivando o reconhecimento da região para a Coroa.

Mas desta vez a intenção é outra (é o que afirma!): divulgar a história de Pedro Teixeira aos amazônidas. O foco é divulgar justamente nas cidades homônimas de Brasil e de Portugal. Algumas cidades do Brasil levam nomes de cidades que também existem em Portugal, como: Alcobaça (Bahia),  Alenquer, Aveiro, Óbidos,  Bragança e Santarém (Pará),  Barcelos (Amazonas), Crato (Ceará), Oeiras e Amarante (Piauí), Queluz (São Paulo).

O esforço de Carrelhas merece todo apoio e aplausos, porque, infelizmente, colocam nomes em ruas, avenidas, edifícios públicos e sequer há uma divulgação – pelo menos nas escolas – sobre quem foi aquela personalidade. A “Expedição Pedro Teixeira”, como é chamada, vem realizando esse trabalho, por meio de palestras, às crianças do ensino fundamental da rede pública.

Em parceria com a Universidade Federal do Pará (UFPA), via Projeto “Conheça seu Município” – desenvolvido pela Casa de Estudos Luso-Amazônicos (Cela) e a Secretaria Municipal de Educação (Semec), essas atividades estão sendo possíveis.

Segundo Carrelhas, durante a matéria, Pedro Teixeira também é pouco conhecido em Portugal. Para nós, brasileiros, é de suma importância conhecer esses personagens da História do Brasil. De certa forma, sem aqui discutir os meios e a finalidade daquela época, lhes devemos o território e a língua portuguesa, que muito nos orgulha.

A Expedição teve início em 15 de agosto passado e conta com profissionais de todas as classes – jornalistas, médicos, fotógrafos, operadores de imagem, entre outros. Desceu o Rio Amazonas, da Colômbia a Manaus, com paradas nas cidades homônimas.

Em 2015 será realizada a segunda parte, saindo de Manaus para Belém, e também com paradas nas cidades homônimas. O evento selará os 400 anos de Belém e os 100 anos da Federal das Câmaras Portuguesas de Comércio no Brasil, da qual Carrelhas é presidente de honra.

Um livro será produzido ao final da empolgante  Expedição, visando registrar a viagem. E não é só.  O bom é que também resultará em uma cartilha e um livro a serem distribuídos nas escolas públicas de Belém.

Há 38 anos o escritor se divide entre residências em São Paulo e em Portugal, e sempre que pode explora o território amazônico, pelo que pesquisei. Em 1982, juntamente com os conceituados irmãos Villas-Boas, ajudou a criar o Parque Indígena do Xingu. Ou seja, não é coisa pouca.

Pela matéria, percebi que a Expedição contou com o apoio da Marinha do Brasil, oferecendo condições de navegação e de proteção às pessoas envolvidas, até mesmo contra a pirataria, entre outros riscos.

Com certeza, nessa Expedição a visão de Carrelhas não é a mesma do então viajante Pedro Teixeira, sobre a Região Amazônica.  Só espero que não deem espelhos aos índios em troca de seus conhecimentos tradicionais (e de suas mulheres).
Senão... a História se repetiria, agora em versão moderna.
 Mamãe Coruja

3 comentários:

  1. As coisas que eu aprendo contigo...
    Mas tenho que te corrigir: o Português de Portugal não tem sotaque :O)

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  2. Por isso coloquei entre aspas: "sotaque".
    Mas,São...dizeres que aprendes comigo é ironia, não é?Pô, cara pálida, sou a gotinha d´água na imensidão de cobras (no bom sentido) que te rodeia, por exemplo, OrCa, Charlie, Cavaco....rsss....

    *Cobras (pessoas craques no que fazem)

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  3. Com essa do Cavaco fizeste-me dar uma gargalhada :O)

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