terça-feira, 16 de setembro de 2014

Somente meus olhos a veem.

Olás...




Ela!
Está lá.
Esbelta.
Passo  por ela
Cinco dias na semana.
Há muitos dias por ela passo.
E ela sempre ali: ora nua, ora vestida.
Às vezes molhada; às vezes seca. Mas lá está.
Vem o inverno, chega o verão. E ela ali, sem mudar de lugar,
Nem um centímetro quer seja, com os pés ficados ao chão. Ela!
Muda de cor. Isso percebo, quando por ela passo dias e dias de minha vida.
Acompanho todos os seus “passos”; as mudanças de pele; os seus dias tristes e alegres.
Mesmo seca, lá está. Imponente! Altiva! Às vezes até prepotente. Apesar das várias mudanças,
Sobrevive,
Exuberante,
Exótica e simples.
Engole gotas da água
Caída das nuvens, a regar.

Nem sei o seu nome. Com certeza deve ter um nome forte, marcante, histórico, como ela.
Há anos por ela passo, ainda criança. Muitas vezes a “cumprimento” com um simples olhar
Um  elogio àquela  imponência. Um bom  dia, cuja resposta é aquele “olhar” seguindo-me.
Merece minha  atenção!  Gosto de tudo que me passe força, energia positiva,  persistência,
Chama a atenção sem precisar dizer ou fazer nada.  Muitos passam por ela, todos os dias.
Não a veem, pelo menos não como deveriam vê-la. Só mesmo eu a entendo, somente eu.
Algo  está vindo  de encontro a ela. Iminente perigo, cheiro de destruição. Dias incerto.
Muito ao  entorno dela está indo embora. Ruindo. 
Não resistindo à pressão. Extirpando. Extinguindo. Morto.
Já a vi morrer, secar.
Já a vi nascendo, devagar.
Sai a chuva, volta o verão.
E
Ela
Lá.




Mamãe Coruja
 

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