Resgatei algumas das minhas divagações. Estavam em papel amarelado pelo tempo. Maio de 1997: precisamente dia 23. Jovem e preocupada com a Natureza. E continuo fiel a algumas causas, felizmente.
Era um alerta sobre as recorrentes queimadas na Região, num caminhar em direção a um futuro deserto. Algo foi feito de lá para cá, mas ainda teimam em praticar o "floresnocídio", ou seja, o extermínio deliberado das árvores, da floresta, enfim.
Escalpe
Fuja desse virtual
Desse assassínio atroz,
Onde ferem a mata amiga
Destruindo vida, vidas.
Esquecem dos filhos,
Que não viverão, jamais!
Deleito dos rios,
Secarão, afinal.
Saara, ora... para quê?
Só você que não quer ver.
Só me restará, por igual,
Chorar as lágrimas, verão!
Num mar de queimadas
Meus ipês nunca rosa serão.
Saara, ora... para quê?
Só você que não quer ver.
Prendi o meu canto
Não ouvi sabiá
Esca(l)pei as penas,
A árvore sangrei.
Saara, ora... para quê?
Só você que não quer ver.
Você e eu, meu amor,
Tiramos a pele
Fetiche de boto
Dançamos ao som de um tambor!
Saara, ora... para quê?
Só você que não quer ver.
Mamãe Coruja
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