quarta-feira, 5 de março de 2014

A Menina Que Roubava Livros (The Book Thief)

Olás...



The Book Thief (A Menina Que Roubava Livros/A Rapariga Que  Roubava Livros, tradução no  Brasil e em Portugal, respectivamente).


Ontem, aproveitei um tempo do  tal  “feriadão  do  carnaval”  e fui assistir ao filme A Menina que Roubava Livros.


Antes, deixo  registrado  o  espaço maravilhoso  e  privilegiado das Salas VIP (Very Important Person) proporcionado pelo  novo  Shopping Ponta Negra  àqueles que adoram ir ao cinema.  Cinépolis é o que se  chama de Cinema de Primeira Classe. À primeira vista o preço  até  pode parecer salgado,   mas vale a pena. Há  muito desistira de sair de casa para esse  fim,  e assistia aos  filmes  favoritos em minha casa mesmo,  no conforto do meu sofá.  Reconheço que essa prática ainda a terei,  mas sempre que um excelente enredo me interessar... irei  ao Cinépolis, porque encontrei  um conforto bem acima da  minha  exigência.

Voltemos ao The Book Thief.  Interessante o início do filme. Vou tentando entender quem é o narrador (a  voz é masculina) e ficando  intrigada, quando ele diz que logo  iremos “conhecê-lo”.  Mas minhas suspeitas  estavam corretas. Afinal,  a Morte é a narradora e  isso  fica claro quase ao final do filme. Como não lera o Livro, não quis ir ao Google antes de assistir ao filme.  Preferi a surpresa de cada cena.

O filme retrata um período da Segunda Guerra Mundial,  sem as cenas a que estamos acostumados em filmes com esse tipo de enredo. 

Sou suspeita para falar, porque sou chorona de nascença. Chorei desde o nascimento (mas não  por estar  entrando em um mundo de dementes, como disse Shakespeare). Chorona quando a situação  merece, tanto quanto firme quando a circunstância exigir. Não chorei assistindo a algumas cenas do filme,  mas confesso que fiquei quase  a esse ponto. Não  pelas cenas em si (que já nos deixariam de lenço encharcado às mãos), mas sempre tento  me remeter à realidade de quem conviveu com esse período terrível  de   nossa História: as Guerras! Se  não bastassem as Guerras, o  Homem ainda continua à caça das pessoas  de pele diferente, de opiniões  diferentes  daquelas  do “sistema”, de opção sexual diferente etc, etc, etc.  Uma eterna prática da horrorosa Inquisição. E choro, porque isso nem é tão remoto. Sabemos, infelizmente,   que essas barbáries  ainda  acontecem  mundo   afora.

Quem gosta de leitura deve ter entristecido, embora na ficção (?), com a cena na qual livros são queimados, em praça,  pelo regime alemão. Um livro -  creio que muitos já falaram  isso  - é tesouro, que merece ser compartilhado, jamais queimado ou destroçado.

A menina roubava livros para aprender  a  ler. A menina  roubava  livros  para acalentar a dor do  próximo.  A menina roubava livros para ler e assim aliviar as muitas perdas de sua  vida.

Infelizmente, temos visto, tão próximo a nós, livros escolares  sendo jogados - às toneladas – nos terrenos  baldios (um esconderijo perfeito para encobrir provas de crimes  praticados contra  a  Educação). Vinganças partidárias, chiliques de pessoas  em cargos comissionados, coisas do “sistema”, enfim.  

Sem nenhuma apologia ao crime, mas quiçá essa prática de roubar  livros virasse moda,  quem sabe a  criançada que está nas ruas a pedir esmolas, ou mesmo aquelas que estão  com armas à mão – e  não  livros -  tivesse a chance, de ainda assim, aprender a ler.

Agora, não confundam com “danificar” livros nas bibliotecas, retirando páginas, riscando ou furtando, enfim. Isso, sim, é crime! Isso  não  é atitude de quem  gosta  de ler.  Não é  atitude de quem quer  aprender. Ao  contrário,  é má conduta de quem quer  se  dar bem...  o tal idiota “jeitinho brasileiro”.

Mamãe Coruja
 

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