domingo, 9 de novembro de 2014

Descobrimento do Brasil: Sem terra na vista.

Olás...

Uns turistas, milionários, cansados da monotonia de suas vidas, combinaram viajar em grupos, sem rumo, quase à deriva. Queriam mesmo era farrear, desse o que desse;  fosse onde fosse, mas a intenção era ir à Índia. Para isso, compraram um GPS (descobririam, mais tarde, que era um Sem Parada Gay - SPG, porque não funcionava, ao contrário da "outra"  Parada, que funciona e,  a cada ano, tem mais adeptos!).

Cada grupo em um iate (13 ao todo), puseram-se a navegar, oceano afora. Saíram de um Continente "velho", em busca de novidades. Uma farra, regada a vinhos do Porto e pastéis de Belém. Era 1500!

E conto essa história em 2014. Olha quanta coisa o tempo alterou!

Cheios do "mel", digo, de vinho, já nem sabiam o que estavam fazendo. Distantes da terra natal - que diziam ser Portugal! - vagaram dias e noites e só viam água, porque o GPS que compraram não trazia garantia de funcionamento. Estavam a ermo, meio que... perdidos. 

Mas eis que, de repente, não se sabe se pelo efeito do vinho, alguém gritou lá da  proa: "Alguém trouxe terra no iate? quem foi o filho da mãe que jogou terra em minha vista?  Os outros,  já pra lá de Bagdá, devido ao efeito da bebida, ouviram mal  e gritaram, em alívio: "Terra à vista, pois, pois" .

E foi assim, devido ao engano se era terra na vista do turista enraivecido, que eles avistaram um "montinho" de terra. Ficaram em dúvida se era um montinho, ou uma ilha. Mal sabiam que era um continente. Mas como distinguir essas diferenças, sob efeito de vinho, e durante dias vomitando já o que não tinham no estômago? Até pensaram ser o Vírus Ebola, mas aí já estariam milhas luz à frente do tempo. A História aqui é outra!

Em um dos iates, para tirarem a limpo a dúvida, passaram a jogar  porrinha (espécie de jogo com palitos de fósforo). O objetivo era ver quem daria nome àquela "coisa", vista momentos antes. E, na brincadeira, já esvaziados para mais de cem tonéis de vinho, um deles disse que aquele "monte" era do Pascoal (parece que era o nome do avô de um dos turistas, político que era, adorava logo dar nome às obras públicas, desde que fosse nome de sua família,claro).  Mas,outro, que estava com muita saudades da amada, contestou: "Não, aquele monte  são as  mamas da minha doce e tentadora Vera Cruz!".

Nenhum desses tinha razão. Seguindo os "Passos" de turistas mais experientes, chegaram à conclusão que aquele "monte"  não era de ninguém, muito menos as mamas de alguém: Era, pois, um novo Continente!

Quando retornaram à terra natal, os turistas contaram a novidade. E muitos logo ficaram empolgados para percorrer o mesmo trajeto. De novo, em discussão o nome do Continente, que até então, diziam os turistas, era terra de ninguém.

Um turista, com trejeitos um tanto delicados, adorava dar nome a "paus". Não se sabe ao certo o motivo, mas andava com "pau" na cabeça todo o tempo (bem, depois descobriu-se que andava com "pau" não só na cabeça, mas aí já era tarde demais ... e Inês já era morta). Pois bem, por causa dessa obsessão por ... quero dizer...por ter conhecimento profundo de madeira, acabou ganhando o concurso para dar nome ao Novo Continente, que passou a ser chamado BRASIL, por causa justamente de um pau... o Pau Brasil!

Mas voltemos ao início!

Para se medir o efeito do álcool que causa nas pessoas, o nível das alucinações é o método  mais comum e eficaz, isso quando o sujeito ainda consegue se manter em pé (no caso, quando os turistas ainda conseguiam se manter navegando). Como disse, saíram sem rumo, desse o que desse; fosse onde fosse. Não bastasse terem divergido sobre o que tinham "avistado", após muitos dias só farreando naqueles iates modernos e confortáveis, iriam divergir, mais tarde, sobre que "imagens" eram aquelas, vistas quando botaram os pés em terra: "Estamos sonhando, ou estamos vendo pessoas desnudas? Ou somos nós,  que estamos com roupa demais e mal cheirosas, de tantos dias sem sentir uma lavanda?".

Cheios do "mel", porque saíram com intenção de passar férias na  Índia, nem se deram conta que existiam pessoas morando naquele local. Eram nativos daquele lugar, que haviam descoberto um jeito tranquilo e natural de viver. (O mesmo lugar que todos, atualmente, procuramos).

Desceram dos iates. Cantavam, saltitavam...já sonhando com a "comida", porque estavam a dois passos (Não aquele outro Passos!) do paraíso, canção da Banda Blitz, que só compôs bem mais tarde, como homenagem a esses turistas: "Longe de casa, há mais de uma semana/Milhas e milhas distante/Do meu amor ... (...)...Estou a dois  passos do paraíso/Não sei se vou voltar/Estou a dois passos do paraíso/ Talvez eu fique, eu fique por lá...". E não é que ficaram mesmo?

"O que são aquelas coisas? Gente? Uma espécie de "bicho" deste lugar? O que são aqueles objetos que têm nas mãos, apontados para nós? Será a  flecha do Cupido? Ora, pois, que bem queria me apaixonar por aqui. Alguém aí está lúcido,  ainda, que pode explicar do que se tratam aquelas coisas se movendo?"

Vejam que  cenário!!! Mais tarde trabalhado em pintura em tela a óleo: Mulheres nuas à frente, seios pulando para lá e para cá. Muitos nem acreditavam. Babavam. Queriam dizer: "Jesus, que é isso?", mas  confusos que estavam... só conseguiam repetir: "Jesui...tas!"

Mortos de "fome". Cachaça até o talo na cabeça (a essa altura já esgotaram o vinho e passaram a ingerir cachaça), entendiados porque não sabiam mais o que fazer para se divertirem nos iates, atracaram naquelas praias lindas e desertas... e foram bater um plá (bater papo)  com aquela galera um tanto... esquisita.

Mas bater papo numa língua que não entendiam? Nem pensar! Nativos que se danassem, mas a língua seria aquela que os turistas impusessem. Afinal, vence sempre quem é mais forte. Quem pode mais. Afinal, "a vida é combate, que os fracos abate; os fortes e os bravos só pode exaltar", não  é assim, Sr. Gonçalves Dias?

Como disse, àquela altura já não distinguiam se estavam na Índia ou sabe-se lá onde. Nem titubearam: "essas coisas se movendo devem ser "índios". Se não forem, a gente faz ser". Já era plágio de Geraldo Vandré (dizem ter sido dedo-duro da Ditadura (mas ele afirmava que não):  "... esperar não é saber, quem sabe faz a hora, não espera acontecer..." (Pra Não  Dizer Que Não Falei Das Flores, linda, por sinal)

E, durante muito tempo, os turistas gostaram tanto do lugar, que passaram a trazer outros curiosos em seus iates. Católicos que eram, até padres estavam nas comitivas. Primeiro, comeram de tudo que as índias preparavam. Depois, rezavam missa  para pedir perdão a Deus pela gula. 

Era uma vez...Fim do Primeiro Capítulo

Respectivamente, índios das tribos Tapirapé, Kaiapó, Ricbastas
e Bororó
(http://pt.wikipedia.org/wiki/Povos_ind%C3%ADgenas_do_Brasil)



Mamãe Coruja












3 comentários: