terça-feira, 5 de janeiro de 2016

Presa



 
Não sou livre!

Meu caminho em busca da liberdade é difícil,
Íngreme.
Atravesso o vale da sombra da morte,
Diariamente.
Presa às próprias correntes,
Sequer tento tirar as de tantos,
Mais escravos do que eu.

Não estou livre!

Meus atos desafiam meus pensamentos,
Constante embate.
Ainda rastejo submissa às regras da sociedade.
Às minhas próprias regras me sujeito,
Sobrepondo-se ao meu desejo de voar.
Ainda me sinto presa ao querer,
Não renuncio, para não me fazer sofrer.
Faço as minhas leis tentando ser livre,
Mas a liberdade tarda a irromper minh´alma,
Enquanto  deuses traçam  meu destino
Delimitam meu caminho
Com tabus e preconceitos arraigados,
Travestidos de cortesia e amabilidade
Quando...
Somente quero gritar!

Não. Não sou livre de todo.
Talvez nem livre de nada.

Sinto-me parte da Natureza,
Mas incapacitada para aplaudir a beleza,
Que ela me dá.
À sombra da comodidade dos arranha-céus,
Presa às amarras da hipocrisia, da burguesia,
Completa letargia.

Como estar livre, se...

Ainda tenho fome?
Fome de Justiça.
Fome de Amor.
Fome de Igualdade.
Fome de Honestidade.
Fome de Felicidade.

Não. Não sou livre!

Sinto-me presa, incapaz
.
 
Arara-vermelha (Ara chloropterus)

Mamãe Coruja

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