"Bença, mãe!"

 Olás..

Deus os abençoe, meus filhos!

Toda  minha  vida fui acostumada a pedir a benção aos meus pais, avós, tios, padrinhos (de Batismo, de Crisma e de Fogueira de São João). Sempre presenciei esse costume em minha casa e no meio social – interior - no qual convivi até os meus 14 anos. 

Para muitas pessoas pedir a benção pode ser uma obrigação religiosa, mas para mim sempre teve o sentido de respeito. Alguns pedem a benção de padres e/ou  papas. Embora as pessoas mereçam  nosso respeito, somente para aquelas com laços consanguíneos é que julgo cabível o pedido da benção. Exceção a essas,  peço diariamente a benção de Deus e de Maria, mãe de Jesus, da mesma forma que ela  abençoava seu Filho.

Não interpreto o pedido da benção como ato de submissão. Também  não beijaria a mão de alguma autoridade, tampouco o anel que determina o seu  nível de poder. Isso não fiz, não faço e enquanto guiar meu  destino,  jamais o farei!

Mesmo morando  na cidade, sujeita  às  influências da modernidade facilitada pela mídia, jamais  deixei  de lado esse costume. Minha mãe está  em outro estado, longe  de mim, mas mesmo assim, sempre que nos falamos ao telefone, minhas  primeiras  palavras são: “ Bença, mamãe”. E ela, nesses seus 96 anos, sempre abençoou a  mim  e  aos outros 4 irmãos.

“A sua benção, mamãe”  foi  reduzida - com o passar do  tempo - a “bença, mãe”. Mas o que vale mesmo é a intenção, é o sentimento de respeito   que você nutre pela pessoal para a qual você pede a  benção.

Com muita alegria, vejo esse meu costume(e dos irmãos também)  ser passado aos filhos. Seja real ou virtual, sempre gosto de ouvir “Bença, mãe”, seja ao acordar, ao sair para o trabalho, ou ao dormir.  Eles têm o mesmo respeito para com o pai, avós, tios e tias (mesmo que  não sejam consanguíneos). Se mantenho contato com eles uma, duas, ou dez vezes ao dia, em todas me pedem a benção. Espero que também  repassem esse bom costume aos meus netos. Sei que esse costume permanecerá.

De fato,   os costumes  mudam ao longo dos tempos (que bom que mudam, porque não seria nada agradável, nos dias de hoje, manter pessoas  escravizadas, separadas umas das outras pela sua cor;  mulher casar  por imposição dos pais etc.  Mas estamos falando de não manter MAUS costumes). 

Num Mundo de violência, de desrespeito, de intolerância... por que não manter os BONS costumes?

Infelizmente,  vejo pais que se dizem modernos não estimularem  mais essa prática. Muito pelo contrário! O  jovem  - até  mesmo a  criança – acaba pedindo benção(?) à  nova tecnologia em termos de celular, ou outro aparelho que o “conecte” às  modernices.  Tratam os pais, os avós....os  mais  velhos  por “TU”....e esses  riem...achando   tudo  muito engraçado.

Que pena. Que Deus os abençoe!

Mamãe Coruja