A sigla AAA logo nos remete à Associação dos Alcoólicos Anônimos. Mas neste caso, trata-se de um amigo (anônimo neste espaço), há muito tempo "limpo" dessas doenças que trazem o caos às famílias: o vício das drogas.
Dono de uma inteligência inquestionável, mas não foi sábio para resistir à tentação, naqueles dias escuros. E foram longos dias aqueles.
Mas venceu!
Naqueles períodos conturbados na vida desse AAA (A um Anônimo Amigo), fui rabiscando algumas linhas, em mais uma tentativa para não deixá-lo cair no abismo sem volta. Assistir a dor de uma família que passa por essa provação sem fazer nada, é como se saber incompetente diante das adversidades, por menor que sejam.
É demasiado angustiante saber que pessoas vivem essa triste realidades. E as drogas não escolhem classe social para entrar em suas vidas. Elas entram, se alojam, se apossam... e não tem previsão de saída.
Há mais de dez anos rabisquei essas linhas. Hoje, relendo-as, lembrei-me da luta daquela família, e de como atuei nos bastidores, tentando dar minha quota de colaboração. Penso que tenha valido a pena.
Toda forma de amor e carinho vale sempre a pena. Vale, sim!
Nem sei se ele lerá esses versos em palavras; palavras em versos. Nem sei se versos são! Sei que uma palavra amiga pode trazer, de novo, uma mente sã e um corpo são. A amizade, portanto, não foi em vão.
A.A.A.
(A um Anônimo Amigo)
Não é um riso,
Nem só um artigo.
Não é à toa um "A".
É triste ver um amigo
Abandonado, inominável,
Inteligência arrancada,
Por aí a vagar.
Largado à sorte.
Famílias, de luto, relutam.
Não querem vê-lo recuar,
Ou arrastar-se ao chão, inerme.
Desarmado. Coragem perdida.
Mas faça da sorte encontrar,
Amigos que veem sua vida
Preciosidade, vida, viva!
Procure mais do que um "A"
Corra atrás de um Amigo
De um Amor de verdade,
Absoluta paixão.
Emerja para a vida...
Erga apenas aos céus:
Filhos, preces, as mãos.
Agradeça. És pai!
Quantos não o são?
Mamãe Coruja
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