Ontem, assistindo a um programa de Televisão, chamou-me à atenção a
matéria – já em curso. Primeiro, porque o “sotaque” luso era notório; segundo,
porque as imagens que faziam fundo à matéria eram por demais lindas, e logo
reconheci aquelas águas: só podiam ser dos rios da Amazônia!; terceiro, aqueles
rostinhos simples e felizes, de pequenos
índios, um tanto tímidos diante da câmera; quarto, porque o tema era sobre
Pedro Teixeira, e em Manaus temos uma Avenida que leva o nome de Pedro Teixeira.
Como sou curiosa, quis logo saber o que fazia aquele grupo de lusitanos em um
programa de TV, no Brasil.
Pois bem, é que o escritor Antônio Bacelar Carrelhas também quis refazer
a trajetória do viajante português Pedro Teixeira, pelos idos de 1637 e 1639,
ocasião em que percorreu o Rio Amazonas, objetivando o reconhecimento da região
para a Coroa.
Mas desta vez a intenção é outra (é o que afirma!): divulgar a história
de Pedro Teixeira aos amazônidas. O foco é divulgar justamente nas cidades homônimas
de Brasil e de Portugal. Algumas cidades do Brasil levam nomes de cidades que
também existem em Portugal, como: Alcobaça (Bahia), Alenquer, Aveiro, Óbidos, Bragança e Santarém (Pará), Barcelos (Amazonas), Crato (Ceará), Oeiras e
Amarante (Piauí), Queluz (São Paulo).
O esforço de Carrelhas merece todo apoio e aplausos, porque,
infelizmente, colocam nomes em ruas, avenidas, edifícios públicos e sequer há
uma divulgação – pelo menos nas escolas – sobre quem foi aquela personalidade.
A “Expedição Pedro Teixeira”, como é chamada, vem realizando esse trabalho, por
meio de palestras, às crianças do ensino fundamental da rede pública.
Em parceria com a Universidade Federal do Pará (UFPA), via Projeto “Conheça
seu Município” – desenvolvido pela Casa de Estudos Luso-Amazônicos (Cela) e a
Secretaria Municipal de Educação (Semec), essas atividades estão sendo
possíveis.
Segundo Carrelhas, durante a matéria, Pedro Teixeira também é pouco
conhecido em Portugal. Para nós, brasileiros, é de suma importância conhecer esses
personagens da História do Brasil. De certa forma, sem aqui discutir os meios e
a finalidade daquela época, lhes devemos o território e a língua portuguesa,
que muito nos orgulha.
A Expedição teve início em 15 de agosto passado e conta com
profissionais de todas as classes – jornalistas, médicos, fotógrafos,
operadores de imagem, entre outros. Desceu o Rio Amazonas, da Colômbia a
Manaus, com paradas nas cidades homônimas.
Em 2015 será realizada a segunda parte, saindo de Manaus para Belém, e
também com paradas nas cidades homônimas. O evento selará os 400 anos de Belém
e os 100 anos da Federal das Câmaras Portuguesas de Comércio no Brasil, da qual
Carrelhas é presidente de honra.
Um livro será produzido ao final da empolgante Expedição, visando registrar a viagem. E não
é só. O bom é que também resultará em
uma cartilha e um livro a serem distribuídos nas escolas públicas de Belém.
Há 38 anos o escritor se divide entre residências em São Paulo e em
Portugal, e sempre que pode explora o território amazônico, pelo que pesquisei.
Em 1982, juntamente com os conceituados irmãos Villas-Boas, ajudou a criar o
Parque Indígena do Xingu. Ou seja, não é coisa pouca.
Pela matéria, percebi que a Expedição contou com o apoio da Marinha do
Brasil, oferecendo condições de navegação e de proteção às pessoas envolvidas,
até mesmo contra a pirataria, entre outros riscos.
Com certeza, nessa Expedição a visão de Carrelhas não é a mesma do
então viajante Pedro Teixeira, sobre a Região Amazônica. Só espero que não deem espelhos aos índios em
troca de seus conhecimentos tradicionais (e de suas mulheres).
Senão... a História se repetiria, agora em versão moderna.
Mamãe Coruja
As coisas que eu aprendo contigo...
ResponderExcluirMas tenho que te corrigir: o Português de Portugal não tem sotaque :O)
Por isso coloquei entre aspas: "sotaque".
ResponderExcluirMas,São...dizeres que aprendes comigo é ironia, não é?Pô, cara pálida, sou a gotinha d´água na imensidão de cobras (no bom sentido) que te rodeia, por exemplo, OrCa, Charlie, Cavaco....rsss....
*Cobras (pessoas craques no que fazem)
Com essa do Cavaco fizeste-me dar uma gargalhada :O)
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