segunda-feira, 2 de março de 2015

"No Topo da Selva"

Olás...

Um projeto que nos dá imenso orgulho, em meio a tanto lamaçal que acontece na Política. Mostra que a parceria dá resultados positivos, bastando saber gerenciar os recursos financeiros destinados a grandiosos e fantásticos projetos, como esse.



"No topo da selva"

http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/2015/03/1596678-cientistas-constroem-torre-maior-do-que-a-eiffel-no-meio-da-amazonia.shtml
"Estrutura mais alta da América do Sul não é um arranha-céu, e também não é uma antena de comunicação, mas uma nova torre de pesquisa climática em um ponto isolado no meio da Amazônia.
      
Com 325 metros  - um a mais que a torre Eiffel-, ficou pronta, em janeiro, no meio da Floresta Amazônica,  a torre do projeto ATTO (Amazon Tall Tower Observatory), em São Sebastião do Uatumã (AM), que servirá para estudar a interação entre a mata e o clima.

A torre é basicamente um espigão preso por cabos, instalados numa área 156 km ao norte de Manaus, sem nenhum centro urbano perto. De lá, seguindo para o norte, até o Atlântico, só existe mata.

A torre terá instrumentos em diferentes alturas para medir a concentração de gás carbônico, metano, óxido nitroso, ozônio e outros gases, além de estudar o fluxo de vapor d'água e de aerossóis (partículas sólidas e líquidas em suspensão), importantes na formação de nuvens.

Com instrumentos para medir força e direção do vento, os cientistas também buscam entender o papel da floresta no transporte de grandes massas de ar pela América do Sul. 

Estimado em R$ 20 milhões, o projeto foi 50% bancado por verbas federais da Finep (Financiadora de Estudos e Projetos) captadas pelo Inpa (Instituto Nacional de pesquisas da Amazônia).

A outra metade veio da Alemanha, pelo MPIC (Instituto Max Planck de Química). A Universidade Estadual do Amazonas (UEA) abriu a estrada do rio Uatumã até o sítio do projeto. O traçado de 13 km já existia, aberto há três décadas por exploradores ilegais de pau-rosa (madeira usada na fabricação de perfume), mas foi preciso restaurá-lo, a um custo de R$ 1,8 milhão.

A logística de construir o ATTO não foi simples. A torre foi feita pela San Engenharia, de Curitiba, e segmentos de seis metros de altura foram transportados de caminhão e balsa do Paraná até a floresta, por 4.000 km. Uma vez lá, a torre foi montada no chão e depois foi içada.

"No começo foi difícil içar a torre com guincho, porque queimou muito motor", diz o técnico Mário Haracemko. "O desafio maior foi por os cabos dos estaios [sustentação], porque não podíamos derrubar nenhuma árvore. Só podar ramos para passar os cabos."

TAPETE VERDE

A reportagem da Folha subiu os 108 lances de escada que levam ao topo da torre. O elevador não estava disponível. No alto, a vista da floresta se estende até o horizonte em todas as direções, e o rio Uatumã é a única coisa que se vê além do tapete verde separando a terra do céu. A 325 metros de altura, as árvores maiores, de 45 metros, parecem ramos de brócolis.

Mas não é só pela vista que os cientistas decidiram investir na torre. O LBA (Experimento de Grande Escala da Biosfera e Atmosfera na Amazônia), projeto do qual o ATTO faz parte, discutia a necessidade de uma estrutura assim desde o fim da década de 1980. Em 2007, os alemães chegaram com a proposta.

"O LBA possui outras torres, com alturas entre 50 m e 80 m, que são capazes de monitorar fenômenos de interação entre floresta e atmosfera num raio de 10 km", diz o físico Paulo Artaxo, da USP, que ajudou a articular o projeto. "O ATTO será capaz de fazer isso num raio de 1.000 km."

Esse incremento permitirá agora dados representativos da Amazônia inteira, que tem 3.000 km de leste a oeste.

A torre foi inaugurada em fevereiro ainda sem instrumentos. A Folha presenciou a instalação do único dispositivo elétrico ligado até agora: uma lâmpada de segurança no topo para alertar aviões. Ao longo deste ano, serão instalados os aparelhos científicos.

"Queremos colocar a torre para funcionar uns 30 anos, no mínimo, e acompanhar os impactos da mudança climática na floresta", diz Antônio Manzi, pesquisador do Inpa.

O alemão Christopher Pöhlker, do MPIC, que opera uma torre secundária do ATTO, de 80 metros, lembra que "num lugar assim, sempre há coisas que dão errado". Ele é um dos responsáveis por ter "ideias criativas para consertá-las".

Coisas inesperadas são, por exemplo, quedas de árvores. Uma já destruiu um transformador de energia. Mais raramente, há encontros com animais. "Um dia desses tivemos uma onça na nossa frente."

 



5 comentários:

  1. Eu já tive oportunidade de vislumbrar um tapete verde de uma torre - não tão alta como esta - em meio à Floresta. Em um campo experimental, mata adentro, existia uma torre da qual se via uma imensidão de verde. Era assustador, porque o vento parece que vai derrubar a torre por cima daquela imensidão. As pernas tremem desesperadamente.
    Acho que vem daí o meu trauma de alturas, assim, no meio do nada.
    Vamos aguardar. Esperemos, também, que não seja somente mais um projeto que não lhe deem a devida importância; também que não seja mais uma ferramenta para "biopirataria".

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  2. Uma torre ao serviço de estudos cientificos, cujos benificios terão sido bem estudados.
    Curioso o metro a mais que a Eiffel. Terá a sua justificação!
    É bom passar aqui pela amazónia!

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    1. Olá, Dom! Espero que tenhas apreciado o "passeio".

      Baita abraço.

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  3. Assim, de cá deste lado, o passeio não dá stress!!!
    "Boto" abraço!

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    1. O nosso boto é metido a sedutor, Dom. Tem a lenda do boto.
      e temos o boto-cor-de-rosa, mas ele é bem macho! rsss

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