sábado, 3 de maio de 2014

Oração (a Santo Antônio) às Avessas

Olás...

Nada contra casamentos. Longe de mim! Ainda acredito que as relações afetivas entre marido e mulher, macho e fêmea, ou qualquer outro tipo de pares (e ímpares) dure "até que a morte os separe". Acredito mesmo! Não estou sendo  piegas.

Acontece que a instituição do casamento - naturalmente inserida na sociedade pelo Homem, não como  mandamento divino, como apregoam  muitos - está cada vez mais exigindo adequações: contratos nupciais, por exemplo. 

Meu bem, meu bem, quando nos primeiros meses da constante lua de mel. Meus bens, meus bens,  na primeira discussão do casal. Minha lindinha, fofinha, passarinha, pombinha, gatinha... até  cachorrinha na hora do bem bom. Depois, os bichos são outros e bem maiores -, tudo no "aumentativo": sua anta, baleia preguiçosa, jumenta, cavala, égua, porca. E vez por outra incluem a sogra no meio:  Tu és mesmo filha da jararaca da  tua mãe.

Não entendo  muito  da Bíblia, até porque, se formos refletir, são tantas as interpretações! Mas, respondam-me, tem algum momento nos textos  bíblicos que homem e  mulher  devem casar, assinar papéis????? Tem? Como disse,   sou  leiga no assunto.

Gosto de casamentos. Gosto de  ver o vestido da  noiva, se o noivo é charmoso, como as madrinhas estão vestidas.  Adoro quando o champanhe é dos bons. E quando vem o momento da festa. Eita  coisa boa. No último, em novembro/2013, estava tudo perfeito.

A noiva  linda, como sempre. Mas naquele dia até a Juíza de Paz se rendeu aos encantos da noiva mais linda que já vira em todos os casamentos que já realizara! E creio que todos concordavam. O noivo, um alemão gente boa além da conta, já "abrasileirado" - mas enrolando a língua  -, estava elegante.

E, chegada a hora da festa, ao som de uma das Escolas de Samba de Manaus, o gringo era só alegria. Dançou  com tooooodaaaaasss    as   convidadas (quer dizer,  dançar é generosidade minha). Desengonçado, estava "sambando" e  demais feliz. 

Porém, há um tempinho eu compus  uma oração às avessas,  para Santo  Antônio:  o Santo Casamenteiro,  muitooooooooo   concorrido pelas  solteiras  de plantão.

Já não é o meu caso! Solteira, mas com  fobia em assinar papéis de casamento. Assinar para quê?

Tudo que dois fazem,  convivendo sem terem casado segundo as regras  civil e religiosa, não surte o mesmo efeito se casados, de fato e de direito? Os filhos levam sobrenome de ambos, as dívidas são assumidas, dormem juntos... Então, para que  o  papel?

Vamos à  Oração (a Santo Antônio) às Avessas:

Santo Antônio! Não quero  casar.
Só quero mesmo é com ele "ficar"
Ainda que por momentos, apenas.
Mas não me deixe papeis assinar.

Pois o amor não precisa de provas,
Não requer testemunhas,
Tampouco um  escrivão.
Só precisa de mim, meu amor e tesão.

Santo Antônio! Permita-se amar
Hoje mais do que outrora, 
E amanhã, na aurora,
Quando um raio de sol  nascerá.

Em cada fragmento de hora, não esqueça!
Não me deixe casar.

Para não se perder este amor,
Que a razão, lúcida, venha a vingar.
Para não derramar algum pranto,
É que insisto, meu Santo!

Não quero, jamais,  me casar.

Mamãe Coruja

Obs -  não sigam os conselhos da Mamãe Coruja. Pode ser que a vacina que ela toma esteja vencida.

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