Quando a ideia da aposentadoria começa a povoar nossos pensamentos, milhões de planos começamos a fazer, desde aqueles mais simples, como não fazer nada que nos lembre a palavra “trabalho”, como até se embrenhar por um novo empreendimento e vislumbrar outros rumos no mercado de trabalho.
O
termo aposentadoria refere-se ao afastamento remunerado que um
trabalhador faz de suas atividades após cumprir com uma série de requisitos
estabelecidos em cada país, a fim de que ele possa gozar dos benefícios de uma previdência
social e/ou privada (isso depois de quase 6 décadas
de vida, mas para muitos ainda será um
recomeço).
Quem disse, no entanto, que aposentar e envelhecer são
sinônimos de ociosidade, e que a partir dali devemos adotar a clássica imagem do velho de pijama, sentado na
poltrona da sala, sem fazer qualquer esforço, sem andar e nem sequer ir à porta
da casa, ou a mulher (avó e bisavó) ficar o dia todo a cuidar dos netinhos? Essa história ficou no
passado para muitos, felizmente.
Não é raro nos
depararmos com pessoas
com idade acima
dos 60 anos aparentando mais jovialidade do que
muitos com 40 anos, que se mostram bem apáticos. O idoso que busca
prazer, realização pessoal e alegria de viver depois da aposentadoria, vive mais e melhor. É o que dizem e afirmam
continuamente os especialistas: o
envelhecimento ativo conduz ao envelhecimento saudável.
E sabem o que mais? Não
temos data precisa para morrermos - a não ser cometendo
suicídio (o que não é o caso). Se vamos chegar
até os 60, 65, 70, 80 anos - porque a tendência de crescimento da população com mais
de 60 anos é se manter constante, no Brasil -, temos
que planejar nossa velhice, sim, porque
o aumento da expectativa de vida do
brasileiro é um fato comprovado pelos censos anuais. Atualmente, vimos pessoas
com 80 anos produzindo intelectualmente, e
são vitórias alcançadas com o desdobramento de uma série
de conquistas e não apenas médicas.
Foi-se o tempo em que geriatras
aconselhavam as pessoas de mais idade a fazer repouso. Porém, a hora de aposentar – que por
muitos anos nos pareceu desejável
– na prática pode ser frustrante.
O segredo está em não se entregar ao
ócio, não parar. Atualmente,
com o envelhecimento da população, sair do mercado aos 60 anos tornou-se algo
prematuro e angustiante. É uma mudança que implica redução da renda, sensação
de ociosidade e de perda de importância social, o que pode abalar profundamente
a autoestima.
Por
isso reafirmo: planeje a aposentadoria com bastante antecedência. O ideal é ter
um projeto em mente para ser executado após
essa fase: uma
atividade voluntária, ou até mesmo um grande empreendimento rentável.
Por que não?
Exemplo
de quem bem planejou a aposentadoria é uma ex-colega de trabalho. Antes de
efetivamente se aposentar, ela e o marido investiram em um empreendimento ousado: a construção de uma Pousada(ver fotos abaixo) em Belterra/Pará, a terra
natal de ambos.
Retornaram às origens e lá começaram esse negócio. O investimento no
projeto teve início 10 anos antes de se aposentarem, e tudo foi sendo realizado com
calma e equilíbrio financeiro. Mas tinha um objetivo, nunca se desviaram do
foco, mesmo com atividades paralelas.
Logo no início, a maioria das pessoas não entendia como alguém
poderia investir num lugar que não
demandaria clientela. Mas é um negócio que deu certo, e certamente não mudaram
o nome para “Jaque”, após aposentados.
A
maioria dos aposentados reclama disso: a
mudança de nome. Os filhos e netos pensam que pais, aposentados, já não estão a
fazer “nada” e começam a ocupar aqueles
que passaram a vida trabalhando, para resolverem seus problemas. Aí dizem:
“Pai, já que não estão fazendo nada,
você pode pegar meu filho na escola?”; “Mãe, já que a senhora agora está aposentada, vou dispensar a babá e
trazer meus filhos para a senhora cuidar, porque é mais confiável”.
Ora,
como se não tivessem trabalhado e enfrentado os mesmos problemas!!! Querem,
agora, é curtir o descanso merecido, sem
patrões, sem regras, sem engolição de
sapos. E estão com toda a razão.
Mas
personagens desta história real não mudaram de nome. Mudaram, sim, de atitudes. Provaram
que a vida produtiva pode ser muito mais extensa do que dizem as estatísticas.
A
Pousada Juvência (veja fotos abaixo) está em funcionamento há 8 anos, em Belterra/Pará, e foi abrindo espaço e portas para quem almeja passar uma tranquila temporada próximo às margens do
Rio Tapajós. No café da manhã o hóspede pode saborear um cardápio à base do que
é produzido no próprio pomar (ranbutan, mamão, carambola, goiaba, manga,
goiaba-pera, araçá-goiaba), além da boa macaxeira. Tudo orgânico, mas com um adubo bem especial: o carinho como as
fruteiras são cuidadas pelo “seu Zé”. A esposa dele, conhecida como “Dona Rob”,
a grande empreendedora do projeto, tem como tarefa administrar a Pousada.
Para chegar à Pousada Juvência a opção é por ônibus ou táxi. O turista chega até
Santarém/Pará, via aérea. Pode pegar ônibus (passa ao lado do Colégio Santa
Clara, em Santarém), de 1 em 1 uma hora. De Belterra a Santarém os ônibus saem
de 20 em 20 minutos,em média. A passagem até Belterra custa apenas R$4,00
(quatro reais). Chegando ao aeroporto
de Santarém o turista pode obter informações sobre a Pousada com os
taxistas (todos transportam turistas até à Pousada, diariamente).
A Pousada oferece, além do delicioso
café da manhã: área de lazer (piscina), onde são realizadas, no verão, as
serestas. Pode apreciar um tanto da Natureza em 8.800 metros quadrados de área
verde, totalmente gramada, com 42 espécies de fruteiras, todas identificadas
com nome científico (uma verdadeira aula
de botânica a céu aberto). Dispõe de um “redário” para o hóspede deixar de lado
a tradicional cama e experimentar descansar em uma rede, apreciando a bela
paisagem da Pousada. Há dinheiro no mundo que pague esse prazer? Não há!
Excepcionalmente,
o “seu” Zé leva os hóspedes para conhecerem as maravilhosas e ainda quase
intocadas praias do Pindobal, Porto Novo, Aramanaí e Cajutuba. A Pousada dispõe
de uma lancha. Todas as praias distam da Pousada apenas 20 minutos, de carro.
Para almoço e jantar o turista que visita Belterra
nem precisa se preocupar. O Restaurante
Miralha, localizado no Centro de Belterra, Estrada 1, é dos melhores, e
fica a 300m da Pousada, podendo ir a pé ou até mesmo de bicicleta. Mas
caso tenha preferência por deliciosos
sucos e salgados, o turista pode conhecer a
Pizzaria KiBeleza, aberta até a zero hora (meia noite). Fica bem perto da Pousada.
Quem
adora conhecer a história do lugar que visita, acrescento que moradores de Belterra têm muito a contar. Fundada pela Ford em 1933, é uma daquelas cidadezinhas que dá vontade de passar
o resto da vida morando nela. Vida calma, lugar muito agradável. Mantém as
características de uma cidade americana, arborizada com belas praças e parques
e ainda abriga grande parte da Floresta Nacional do Tapajós.
Mamãe Coruja
Aposentadoria é uma conquista! Durante 35 anos trabalhei, estudei, construí uma família...acredito que cumpri o que me era solicitado e criei alternativas pra que meu rendimento fosse melhor...mas eu pensava...ah, quando me aposentar vou ser dona do meu tempo, vou ao médico sem "pedir permissão", vou ter a minha liberdade e posso dispor e fazer o que quiser. Planejei ter saúde pra "curtir" esse momento. Desde cedo ia periodicamente a médicos e chegou finalmente o dia que eu sairia da empresa...e também me preparei pra ser "ignorada" pelos colegas (porque depois que a gente se aposenta, fica à margem dos acontecimentos da empresa). Penso que em cada empresa deveria desde cedo ter o cuidado de ajudar seus futuros aposentados, fazendo reuniões, conversas, troca de experiências de quem saiu aposentado e os que ainda vão sair. Convivi com pessoas que ao sair da empresa se sentiram inúteis diante da vida que deveriam seguir e a depressão chegou rápido. Outros não sabiam o que fazer e adiavam este momento e aos 70 anos tinha que ser cumprida a regra da "expulsadeira', e acompanhei esses momentos que eram tristes pra essa pessoas que se agarravam a qualquer pretexto pra ficar.
ResponderExcluirPortanto eu vi e senti todos esses momentos e me preparei psicologicamente pra viver melhores momentos. Hoje posso dizer que valeu a pena...uso meu tempo, sou "livre" e ocupo meus dias com coisas positivas porque é estando vivo que podemos voar, acho legal sair sem hora pra voltar. Caso economize, dá pra viajar, também ver pra ver por-do-sol, voley, ver olimpíadas, caminhar, fazer artesanato e agradecer a Deus por ainda ter pernas, braços, olhos pra ver tanta beleza...acredito que vale a pena cuidar da vida, porque ela é única. Nada contra com quem acha que ainda pode trabalhar por conta própria, mas também ter o cuidado de saber se o que faz o deixa feliz!
Belo depoimento. Em cada palavra um foco de verdade. Sim, as empresas deveriam preparar melhor seus colaboradores para essa tão difícil fase. Também presenciei e presencio essas queixas, e vi também muitas pessoas sem saberem muito o que fazer após a aposentadoria.
ExcluirConcordo que cada um deve procurar o que melhor lhe convém/satisfaz. Como você comentou... optou por se desgarrar dos compromissos mais pesados e viver "livre", fazendo do seu tempo o seu prazer pessoal. Mas isso é privilégio de poucos, acredite. Infelizmente, alguns sequer conseguem viver (?) com a tal renda da aposentadoria. Enfim, o tema não se esgota aqui. Decerto daria uma boa hipótese para as teses e dissertações.
Quando aposentar quero ser como você... !
Muito legal, temos que visitar este local! terrinha boa..é o que dizem!
ResponderExcluirProgramar-se é a solução. Fazer e realizar os planos quando puder e der vontade, é a melhor receita para saber viver o que a vida nos apresenta (com responsabilidade, claro). O amanhã é imprevisível.
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