The
Book Thief (A Menina Que Roubava Livros/A Rapariga Que Roubava Livros, tradução no Brasil e em Portugal, respectivamente).
Ontem,
aproveitei um tempo do tal “feriadão
do carnaval” e fui assistir ao filme A Menina que Roubava Livros.
Antes,
deixo registrado o
espaço maravilhoso e privilegiado das Salas VIP (Very Important
Person) proporcionado pelo novo Shopping Ponta Negra àqueles que adoram ir ao cinema. Cinépolis é o que se chama de Cinema de Primeira Classe. À
primeira vista o preço até
pode parecer salgado, mas vale a pena. Há muito desistira de sair de casa para
esse fim, e assistia aos filmes
favoritos em minha casa mesmo, no
conforto do meu sofá. Reconheço que essa
prática ainda a terei, mas sempre que um
excelente enredo me interessar... irei
ao Cinépolis, porque encontrei um conforto bem acima da minha
exigência.
Voltemos ao The
Book Thief. Interessante o início do filme. Vou
tentando entender quem é o narrador (a
voz é masculina) e ficando
intrigada, quando ele diz que logo
iremos “conhecê-lo”. Mas minhas
suspeitas estavam corretas. Afinal, a Morte é a narradora e isso
fica claro quase ao final do filme. Como não lera o Livro, não quis ir
ao Google antes de assistir ao filme.
Preferi a surpresa de cada cena.
O filme retrata um período da Segunda Guerra Mundial, sem as cenas a
que estamos acostumados em filmes com esse tipo de enredo.
Sou
suspeita para falar, porque sou chorona de nascença. Chorei desde o nascimento
(mas não por estar entrando em um mundo de dementes, como disse
Shakespeare). Chorona quando a situação
merece, tanto quanto firme quando a circunstância exigir. Não chorei
assistindo a algumas cenas do filme, mas
confesso que fiquei quase a esse ponto.
Não pelas cenas em si (que já nos
deixariam de lenço encharcado às mãos), mas sempre tento me remeter à realidade de quem conviveu com
esse período terrível de nossa História: as Guerras! Se não bastassem as Guerras, o Homem ainda continua à caça das pessoas de pele diferente, de opiniões diferentes
daquelas do “sistema”, de opção
sexual diferente etc, etc, etc. Uma
eterna prática da horrorosa Inquisição. E choro, porque isso nem é tão remoto.
Sabemos, infelizmente, que essas
barbáries ainda acontecem
mundo afora.
Quem gosta de leitura deve ter
entristecido, embora na ficção (?), com a cena na qual livros são queimados, em
praça, pelo regime alemão. Um livro - creio que muitos já falaram isso -
é tesouro, que merece ser compartilhado, jamais queimado ou destroçado.
A
menina roubava livros para aprender
a ler. A menina roubava
livros para acalentar a dor
do próximo. A menina roubava livros para ler e assim
aliviar as muitas perdas de sua vida.
Infelizmente,
temos visto, tão próximo a nós, livros escolares
sendo jogados - às toneladas – nos terrenos baldios (um esconderijo perfeito para
encobrir provas de crimes praticados contra a Educação).
Vinganças partidárias, chiliques de pessoas
em cargos comissionados, coisas do “sistema”, enfim.
Sem
nenhuma apologia ao crime, mas quiçá essa prática de roubar livros virasse moda, quem sabe a
criançada que está nas ruas a pedir esmolas, ou mesmo aquelas que estão com armas à mão – e não
livros - tivesse a chance, de
ainda assim, aprender a ler.
Agora,
não confundam com “danificar” livros nas bibliotecas, retirando páginas,
riscando ou furtando, enfim. Isso, sim, é crime! Isso não é
atitude de quem gosta de ler.
Não é atitude de quem quer aprender. Ao
contrário, é má conduta de quem
quer se
dar bem... o tal idiota “jeitinho
brasileiro”.
Mamãe Coruja
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